domingo, 20 de junho de 2010

Depois da tormenta


Texto inspirado em “Too Close For Comfort”, música da banda McFly.

- É melhor, entende? Quem sabe um dia a gente se encontra de novo e... sei lá, volta.

- É, claro... Quem sabe um dia – ela riu e secou uma lágrima, sabendo que era mais uma mentira e que nunca mais voltariam a ser o que eram.


Era uma das lembranças que tinha e que não sabia se realmente a machucava. Mesmo sem saber como se sentia, as lembranças daquela relação sem pé nem cabeça ecoavam em sua cabeça. De modo nem racional, nem emocional.

Não sabia se havia algo para perdoar em si mesma ou se havia algo a ser perdoado. Superou e mudou porque sabia que era a coisa certa a ser feita, mas realmente nunca esquecera e ainda se questionava o que havia feito de errado. Ele havia se aproximado, ela primeiro o evitou, mas acabou se apaixonando. E então, ele mudou.

Havia quebrado o limite de “espaço pessoal”, estava perto demais? Fora sincera demais? Ele a afastou quando ela realmente queria se aproximar. Havia algo que ele não queria que ela soubesse? Mesmo sem sentir remorso, tristeza ou mágoa, o modo como ele aproximou-se e decidiu repentinamente se afastar seria para sempre uma charada sem resposta.

A intensidade daquele período de tempo; como o que tiveram pareceu rápido, mas forte e como isso facilmente pareceu dissolver-se no ar como uma nuvem de fumaça a marcou. As lembranças eram como uma ferida totalmente cicatrizada, mas incômoda. Durante muito tempo, chorou, sofreu tentando entender onde errou , se culpou, teve raiva e o culpou por tudo que havia acontecido e como aquela relação fora brutalmente rompida.

Passou por todos os sentimentos possíveis, até que um dia como outro qualquer que se arranca numa folha de calendário, ela entendeu. Que não podia se culpar e nem culpá-lo. Sentia-se mais madura, forte, crescida e muito mais dura. Mudara totalmente o modo como via o mundo, seus próprios sentimentos e tudo no que antes acreditava.

Fez então o que acreditou estar certo e passou a esconder seus sentimentos mais profundos, escondendo até que os escondia. E desaconselhava os que tentavam fazer o mesmo, pois sabia muito bem que tal atitude implicaria consequências em todos os setores de sua vida e que lidar com isso seria um gigantesco desafio.

Por: Isabella Macedo / @titiabella


2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog e pelo texto Isabella

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  2. Parabéns, texto bem escrito, desses que invadem a alma. Amazing

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